quarta-feira, 19 de junho de 2013

Gênesis



Sua interpretação

Os onze primeiros capítulos do Gênesis narram a criação do mundo e do homem, o pecado original e a história das origens da humanidade: os descendentes de Adão e Eva, o dilúvio universal, etc. Num documento de 1909, a Igreja afirma o sentido literal-histórico de 3 fatos essenciais:
- a criação de todas as coisas por Deus no princípio do tempo: do nada, Deus cria;
- a peculiar criação do homem (e da mulher): Deus intervém diretamente na criação do homem, e lhe confere uma alma espiritual;
- a unidade do gênero humano: todos os homens provêm de um único casal.

Esses 3 fatos não podem ser interpretados simplesmente de forma simbólica ou alegórica.

A Criação do Homem

A Sagrada Escritura sublinha uma intervenção direta de Deus na origem do homem, criado por Ele à sua imagem e semelhança (Gen 1, 26-27).

O texto do Gênesis narra o episódio em que Deus forma o homem a partir do barro da terra e lhe inspira um sopro ou hálito de vida (Gen 1, 27); isto é, Deus cuidou da formação do corpo e infundiu-lhe uma alma.

Os intérpretes não vêem inconveniente em afirmar que o “barro da terra” poderia significar um outro tipo de matéria, como por exemplo o corpo de um ser vivo pré-existente, que dispusesse das qualidades necessárias para receber uma alma humana.
Em resumo, a interpretação católica afirma que: 1) com relação à alma, deve-se crer que é imediatamente criada por Deus; 2) quanto à origem do corpo do homem, pode provir de espécies anteriores; 3) houve um primeiro casal, do qual todos descendemos e do qual herdamos o “pecado original”

Este último ponto gerou uma controvérsia sobre monogenismo/poligenismo. O poligenismo defende a existência de muitos casais na origem da humanidade atual; o monogenismo defende que todos os homens descendem de um único casal. Do ponto de vista científico, a controvérsia está superada, devido aos avanços da genética, que confirmam a origem monogenista da humanidade.

Conclusão

A evolução das espécies é plausível do ponto de vista lógico e científico. Mas como ela se deu permanece uma questão aberta, que continua sendo investigada pela ciência.

Do ponto de vista teológico, é bem plausível a hipótese de uma evolução. Deus poderia ter se servido de umas espécies já existentes e de outros fatores (físicos, genéticos, etc.) para fazer com que surgissem novos seres vivos. Deus costuma agir suavemente, como a brisa, sem grandes estrondos e intervenções espalhafatosas, e servindo-se de fatores “naturais” para obter o efeito desejado. A própria idéia de evolucionismo supõe um “plano diretor” e Alguém que o tenha elaborado.

O que não se pode aceitar é o evolucionismo impregnado de idéias materialistas, que partem do preconceito de que Deus não existe, de que o mundo é auto-suficiente e de que o homem não passa de um animal desenvolvido sem alma espiritual.

A fé nos diz que Deus – cuja existência pode ser demonstrada pela razão – criou o mundo a partir do nada e fez o homem à sua imagem e semelhança, infundindo-lhe uma alma racional que o difere de todos os animais.

O universo, a vida e o homem são maravilhas da criação, que permitem entrever a verdadeira fonte de onde toda essa energia procede, essa Luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a este mundo (Jo 1, 9). 

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